quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

O Justiceiro 2


O Justiceiro 2 (Punisher: War Zone). Terceira vez que realizam um filme do Justiceiro (não lembro da versão do Lundgren) e a despeito da fraquinha versão do Thomas Jane e John Travolta, tive a esperança aqui de que sairia algo realmente bom, já que o selo da Marvel Studios iria impor uma abordagem mais independente e livre da imposição sem noção das majors da indústria de holyood. Ledo engano meu.

A história é de Frank Castle, homem que teve a família morta pelos mafiosos italianos e agora busca a vingança de maneira quase pisicótica, mas após matar um agente do FBI disfarçado por engano resolve questionar as proprias atitudes e abandonar a matança. Mais aos poucos percebe que sem ele, a cidade e as pessoas que gosta vão sofrer nas mãos dos criminosos.

Ok, o filme é muito violento, Ray Stevenson (da série televisiva Roma da HBO) foi uma boa escolha para o papel, o homem tem cara de mau, mas o restante não funcionou bem, o filme é monótono, chato e tem pouca movimentação, os vilões são fraquíssimos e mal trabalhados (o Retalho mas parece um palhaço e não mete medo) e tudo corre sem determinação e com um roteiro cheio de clichês. Resumindo: O Justiceiro 2 na minha opinião é um projeto bem ruizinho, que não deixa marcas nem inspira o espectador.

Achei um grande engano colocar o filme praticamente todo com um Castle relutante e arrependido já querendo abandonar os seus métodos usuais. As cenas de ação realmente são gore mas não possuem mais nenhum atrativo, são escuras e conduzidas pela diretora Lexi Alexander com os já velhos cagoetes de videclipe.

É importante perceber que encher um filme com fortes doses de violência gráfica não é garantia de que teremos algo de bom, infelizmente faltou um argumento melhor, que daria carisma suficiente ao protagonista, e mais quantidade e movimentação nas cenas de ação. Pode ser chatisse minha mesmo, mas depois do fenomenal Rambo 4, fica difícil avaliar um trabalho de direção de cenas de ação da mesma forma que antes (maldito Stalone!).

Ainda não foi desta vez que Castle teve sua redenção no cinema.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Música dos Filmes - O Grande Dragão Branco (BloodSport, 1988)


Excelente trilha sonora misturando sintetizadores e temas orientais de Paul Hertzog e o rock/pop oitentista deliciosamente datado de Paul Delph.

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quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Duas Aventuras Cazaques.


Vou fazer comentários sobre duas produções de aventura histórica baseada em fatos reais realizadas recentemente no Cazaquistão. São dois filmes realizados com bastante esforço e apuro técnico pelos cazaques, que utilizaram suas locações e seu dinheiro para financiar a empreitada. Percebe-se logo de cara nos filmes o carinho e o cuidado na realização dos mesmos, já que além de serem grandes apostas, mexem com o espírito patriótico e de formação daquele povo. No entanto para realiza-los os cazaques recorreram a auxílios multinacionais de participações, como atores japoneses, americanos, finlandeses e ao diretor russo Sergei Bodrov, realizador de ambos os filmes.


Mongol (2007), é o que pode se chamar de pequeno épico, ou pequena pérola. Temos aqui contada um retalho inicial de uma grande saga, que seria a conquista de boa parte do mundo conhecido por Gengis Khan. O filme vai narrar o nascimento do homem, seu relacionamento com sua mais fiel esposa (feita por Khulan Chuluun, muito bela) e como aos poucos sua personalidade foi talhada pela dureza e violência das estepes asiáticas para em seguida poder unir e comandar os povos nômades para um objetivo comum, e que iria influenciar a formação de muitos países da Ásia.

Estamos no século XII, o apuro histórico e visual do filme é impressionante, e o fato do elenco em sua maioria ser local e falar a língua da época, dão uma veracidade com poucos pararelos em filmes históricos. O ator japones Tadanobu Asano faz Tedmujin adulto, naquele tipo de performance que o ator some por detrás do personagem. Ritmo lento mas hipnótico, sutileza na condução, grande profundidade humana, escassas mas grandes cenas de combate dão o tom do filme, que é guiado pela ótima trilha sonora do finlandês Tuomas Kantelinen, que dá a obra um espírito de aventura distante, quase de conto de fadas.

Interessante também a dualidade de Tedjemudin, ao mesmo tempo cruel e sanguinário com os inimigos, e um homem carinhoso e comtemplativo com os parentes e companheiros. Pode ser decepcionante que a história de fato não tenha fim e que acabamos sem ver o melhor da vida de Khan, mas é de bater palmas o belo retrato montado neste filme. Vale a pena.


Nomad - A Profecia de um Guerreiro (2005). Já neste filme aqui, realizado dois anos antes pelo mesmo pessoal de Mongol, faltou o principal: equilíbrio. Trata-se da história de Mansur, passada no século XVIII, descendente direto Gengis Khan, e de seu amigo Orali, que serão responsáveis pela unificação das tribos cazaques em uma única nação, o que viria a ser o Cazaquistão moderno, devido à ameaça de um inimigo comum, a tribo Jungar.

Apesar do retrato civilizacional ser o mesmo, o da selvagem rotina dos povos das estepes asiáticas durante períodos de barbárie, Nomad... é um filme bem diferente de Mongol, primeiro aqui a produção pareçe ter caído no erro de seguir à risca a cartilha do épico holyoodiano plastificado de verão: clichês, triângulos amorosos melosos, trilha sonora rompante e pouco sutil em vários momentos e tudo mais. Como ponto positivo temos novamente a produção muito boa com reconstrução de figurinos e cenários de um nível muito alto, além de batalhas em larga escala sem a utilização de computação gráfica.

A produção da terra novamente dá uma certa veracidade, mas aqui o elenco de frente foi radicalizado na multinacionalização, compostos entre outros de mexicanos e americanos, como o havaiano Mark Dacascos, quase irreconhecível pela caracterização de época, fazendo um dos vilões, e a dos próprios protagonistas, feitos por Jay Hernandez (de O Albergue) e Kino Becker.

Nomad... infelizmente acaba não se sustentando, por ser muito previsível, realizado com a velha pretensão de forçar as emoções no espectador e o resultado é que tudo fica muito enfadonho e sem conteúdo. Ficam as imagens belíssimas das estepes cazaques e a decepção de serem desperdiçadas em um filme sem a substância necessária. Ainda bem que Bodrov parece ter percebido os erros e limpado bem as arestas para realizar o Mongol dois anos depois. Visto desta forma A Profecia de um Guerreiro pode ser visto quase que como um ensaio mal-sucedido de Mongol. Recomendo apenas para os aficcionados em filmes históricos.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Força Policial.

Força Policial (Pride and Glory, de Gavin O'Connor). É difícil dizer como a uma altura destas, uma produção consegue reunir um elenco tão bom e caro, recursos a vontade como só Holyood sabe juntar, para fazer um filme que além de não ter absolutamente nada de novo a dizer, ainda tem uma argumento recheado de clichês e uma condução esquemática e óbvia.

Força Policial tem a pretensão de contar uma saga familiar onde o patriarca Francis Tirney (John Voight) seus dois filhos, Tirney Jr. (Noah Emmerich) e Ray (Edward Norton) e o cunhado destes Jimmy (Colli Farrell) são da NYPD (New York Police Department) uma das forças policiais mais famosas e bem vistas dos EUA , devido a pacificação imposta na cidade nos anos 80 e o sacrifício de vários de seus membros no atentado terrorista de 11/09/2001.

Tirney Jr. é honesto e comanda a delegacia 31, que está contaminada por um esquema sujo de corrupção que vem a tona quando quatros de seus membros são mortos em uma emboscada. A partir daí Ray é desnignado para investigar as mortes e caçar o culpado, e o esquema podre aos poucos vem a tona e aí vem o conflito de revelar tudo e expor a família e a instituição ou simplesmente acobertar o esquema e levar a família a corromper-se junto com os demais. Tudo é muito previsível, o roteiro se rende ao melodrama manjado; um dos irmãos além de ser separado e querer o retorno da esposa, tem um passado profissional comprometido devido à morte de um parceiro, o outro tem uma mulher com câncer, o patriarca da família é alcoolátra, etc. Tudo é conduzido sem sutileza pelo diretor Gavin O"Connor , e sempre forçando a barra.

O filme acaba caminhando para um final muito ruim, um conjunto de situações sem veracidade e que torna explícito o quão fraco e pouco criativo foi o roteiro escrito tamaém por O'Connor. Força Policial ainda fica mais fraco quando o comparamos com outros filmes que falam especificamente do NYPD como Cop Land, O Gangster e Os Donos da Noite (que fala justamente da época da pacificação), todos estes muito superiores e olhem que deve ter mais porque lembrei destes de impulso...

Em meio há tantas falhas somente temos um ponto positivo na escolha do elenco que tenta de forma heróica dar vida ao roteiro, em especial Collin Farrel que tem o melhor personagem do filme, instável e explosivo, mas ainda mesmo assim a turma por detrás das câmeras dava um jeito de atrapalhar, ao colocar uma cicatriz ridícula e sem propósito no rosto de Edward Norton . De resto a direção resolveu dar uma carga de violência explícita em alguns momentos da obra e só. Não recomendo nem aos amantes dos filmes policiais.